30/09/2014

O FIM!!!

Ao fim de 5 anos e 6 meses declaro o encerramento do blogue GOLPE DE ESTRADO.
Os pressupostos que motivaram a sua criação há muito que deixaram de existir.
Primeiro como forma de comunicar - o interlocutor já não anda por cá.
Depois como catarse visceral - inicialmente resultou, no entanto dado o estado a que chegou a nossa sociedade e acima de tudo a velocidade imparável dos acontecimentos que a vão marcando, poderiam provocar em mim alguma insanidade mental, caso pretendesse acompanhá-los. Assim resguardo-me, ou quem sabe começo a ser vencido pelo cansaço.
Estivesse eu  inscrito como comediante nas finanças e seria um homem feliz, dado o potencial que todos os dias nos deleitam os protagonistas deste "circo" que é Portugal.
Ficam as letras apenas para a posteridade.



27/07/2014

A Cultura da Costaneira


Quem hoje chega aos Açores e esteja minimamente atento, depara-se com uma produção cultural e artística inversamente proporcional ao território. A produção é desmesuradamente grande para um espaço de território tão pequeno e fragmentado.
Nesta produção incluí-se o teatro, o cinema, a música, os livros, a pintura, a escultura... ou dito de maneira diferente, tudo o que possa ser englobado no conceito de ARTE.
Este fenómeno sempre me intrigou, reservando ao longo destes anos, muito tempo na sua análise. Contudo, toda a explicação que possa ter encontrado para o justificar, carecia sempre de sustentação sólida e como não a encontrava, deixava-a naturalmente cair por terra.
Ouvir recentemente, António Barreto falar do importante legado que os Açorianos possuem de tão ilustres e distintas figuras como Manuel de Arriaga, Vitorino Nemésio e Natália Correia, consegui finalmente criar a imagem que faltava para perceber a realidade que me aflige.
Os Açorianos sentem-se "filhos" destas personagens e como qualquer filho que tenha um pai ou uma mãe com intrínseca carga intelectual só tem duas saídas, ou encara os pais como qualquer outro mortal que não tenha ligações de sangue - venerando-o orgulhosamente; ou julga-se por efeitos de adn ou hereditariedade como eles. A opção generalizada foi a segunda.
Assim, se levantarmos uma qualquer pedra de basalto encontraremos um escritor, um romancista, um poeta, um investigador de heráldica ou de genealogia, um músico, um pintor, um escultor, um actor, um cineasta, resultando uma quantidade incomensurável de lançamentos de livros, inaugurações de exposições, seminários, conversas, concertos... sei lá que mais!
Julgo que nos Açores, ninguém já consegue diferenciar ARTE e PASSATEMPO, porque uma e outra possuem sempre suporte físico para a sua divulgação, através dos inúmeros centros culturais e de exposição, cujos diretores nomeados politicamente aceitam sem critério algum, tudo o que lhes é recomendado/imposto.
Acredito que muito do que se produz, não têm qualidade para ser considerado ARTE. Aqui não se discute se gostamos ou não. O que digo é que muito do que se produz em determinadas áreas da arte em geral, possui erros técnicos e não há ninguém (por desconhecimento ou falta de coragem) que informe os protagonistas, e lhes peça para enveredar por outro caminho.
Hoje a cultura nos Açores é o que nós quisermos. Uma banda filarmónica desafinada em movimento compassado pelas nossas freguesias; fazer a biografia da minha tia que era costureira; registrar estrofes atrás de estrofes; escrever algo diferente sobre a bruma; fazer o festival do iodo; um seminário sobre a atlanticidade do cavaco; um concerto de uma banda de ferrinhos; um bailado clássico inspirado na locomoção dos caranguejos; uma peça de teatro sobre a temática da silagem; uma "perfomance" sobre as bostas das vacas nas estradas...
Quem queira encontrar justificação para tanta inspiração na famigerada AÇORIANIDADE de um povo, então deve também aceitar naturalmente a TRANSMONTIANIDADE, a ALENTEJIANIDADE dos outros. Valha-nos João de Melo que nos esclareceu devidamente sobre este tema. Argumentarão os restantes que o exemplo não é muito bom porque o escritor saiu de S.Miguel aos 11 anos. Responderei eu, levou consigo o adn Açoriano.
O que se ganha com toda esta produção? Pouco, muito pouco. Arrisco mesmo a dizer nada, absolutamente nada! O que se perde com toda esta produção? Muito, muitíssimo, porque com tanto a acontecer não existe público suficiente para tudo. A existir são uma pequeno grupo, os amigos mais íntimos e a família.
O que realmente tem valor, o que tem qualidade inquestionável acaba por passar completamente ao lado da população e perdemos todos uma oportunidade de nos tornarmos mais cultos e felizes. Esses momentos existem e fazem-se na Região, no entanto, a sua projeção e reconhecimento é mais nacional e internacional, do que regional.
Mas vejamos o lado bom  disto tudo - há quem não tenha medo de ser ridículo.




23/07/2014

Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores

Dr. Vasco Cordeiro
Excelência;
Comunicou V. Exa. aos residentes nos Açores que o preço máximo de uma viagem do Arquipélago para Portugal Continental seria no máximo de 134,00€. Simultaneamente, informou da liberalização dos transportes aéreos do Continente para duas ilhas da Região e outras medidas no âmbito do custo dos transportes de produtos para exportação e importação.
Não sendo grande parte dos residentes no Arquipélago agricultores, lavradores, floricultores, horticultores, pescadores ou empresários em geral, o regozijo pela medida anunciada e que apenas entrará em vigor no verão de 2015, foi pouco audível e como sempre recebida com perfeita ignorância.
Face a este tipo de anúncios de cariz eminentemente político, o que temos a fazer é esperar, para que à luz de um novo dia nos deixe vislumbrar o verdadeiro brilho da sua mensagem.
No verão de 2014 e para um agregado familiar de 4 pessoas com idades superiores a 12 anos, a viagem para Portugal Continental tem um custo de praticamente 1.600,00€. No verão de 2015, e face ao anúncio de V. Exa. o preço será o mesmo, isto é, 1.600,00€. A diferença é que o Governo Regional devolverá 1.064,00€ num prazo de 90 dias.
Quem em 2014, pelo valor elevadíssimo das passagens aéreas tinha dificuldade em viajar, continuará a ter a mesma dificuldade em fazê-lo em 2015. Resultando, assim, a medida anunciada num verdadeiro "flop", mas por outro lado tem o dom de mostrar a todos a essência do Governo que V. Exa. preside pretende para a população residente nos Açores, que é, assumir de uma vez por todas que só pode viajar quem tem dinheiro.
Contudo, em termos económicos a medida traduz-se numa iniciativa brilhante. A população não tem pejo em o admitir e remeter os devidos parabéns ao(s) autor(es) do modelo preconizado. Deste ponto de vista a SATA possui sempre "cash flow" na sua conta, porque recebe hoje e paga a 90 dias e como vai sendo hábito nos governos, sejam eles quais forem, será mais para o fim do prazo do que no início dele.
Existem governos que vão ao mercado para pagar os encargos e obrigações que saldam periodicamente, ou seja, pedem emprestado para pagar o último empréstimo. O Governo de V. Exa está mais além, qual visionário, e utiliza o dinheiro dos naturais e dos que escolheram os Açores para residir, como se de um banco se tratasse, mas sem se submeter à componente aborrecida, que é a do pagamento de juros.
Temos a certeza que as viagens anunciadas hoje em dia a preços mais baixos que a referência dos 134,00€ irão desaparecer em 2015, de um dia para o outro e todos teremos, se quisermos e podermos, pagar acima de 300,00€, esperando depois numa fila para entregar um comprovativo em como se pagou, em como se viajou, em como qualquer coisa... Ou em última instância, e essa a mais agradável para Vós, quem não for para a fila, não recebe o dinheiro. Ponto!
Quanto ao valor exorbitante das passagens entre ilhas e que os mesmos residentes nos Açores têm que suportar, creio que V. Exa. não abordou esse tema. Ou terá sido distração nossa?
Resta-nos entretanto fazer o que temos feito até agora e ao fim de anos, anos e anos a fio, comprar viagens para o Continente a preços vergonhosamente caros.
Grato pela atenção que possa ter dispensado na leitura desta carta aberta
alguém que escolheu, em 1999, S. Miguel para viver
Carlos Marques

22/06/2014

O resplendor, a autonomia e a euroatlantic

Respeito todos aqueles que defendiam que o resplendor não podia sair do santuário. Tenho por norma não discutir futebol e religião com ninguém, porque são discussões inúteis, no entanto julgo que a ida deste objeto religioso para o museu em Lisboa, só trará benefícios para a Região. Primeiro, porque aonde vai ser exposto é um dos melhores museus da Europa e depois porque ao ser visto e divulgado para um público mais vasto e diferenciado, poderá incrementar o turismo religioso nos Açores. A grande lição deste confronto de posições, foi ter permitido que todos soubessem que o dito resplendor não tinha todas as joias e uma delas era mesmo falsa. E isto é que é preocupante! Subitamente todos se calaram, os que não queriam e os que queriam a viagem do resplendor. E temos razões para isso. É demasiado vergonhoso para ser verdade. Como não ouvi ninguém a exigir ao Senhor Bispo e todos os Irmãos que se pronunciem sobre o assunto, faço-o eu (já que os devotos e os amigos não têm a coragem de o fazer), Excelência, Irmãos, justifiquem-se o quanto antes. Aproveito e pergunto, mas isto não é um caso de Judiciária?
O recente 6 de Junho trouxe à ordem do dia a temática da independência dos Açores. Em Setembro deste ano faz 15 anos (já) que cá estou e nunca nestes anos todos senti ou convivi de perto com este tema. Ter assistido no passado dia 14 de Março à conferencia "25 anos de Portugal e Açores Europeus" deixou-me estarrecido com a presença na assistência de algumas pessoas que se identificaram como independentistas e que na fase de perguntas aos oradores debitaram um discurso truculento, contra o Terreiro do Paço, a capital, o Continente e a Europa. Nas comemorações deste último 6 de Junho ficou a mensagem que a independência do Arquipélago seria um dado adquirido dentro de 2 anos e que nunca como agora, teria tanta pertinência a abordagem deste assunto.
Eu não sei se o Parlamento Regional tem competência para permitir um referendo sobre este tema - se os Açores querem ou não ser um pais independente?! Por mim fazia-se já amanhã, mas como sou um PDM provavelmente não poderia manifestar a minha opinião. Julgo que os Açorianos têm que resolver este problema de vez, para não assistirmos a indignações teatrais porque o representante da república, nas competências que lhe estão atribuídas resolve enviar para o Tribunal Constitucional  alguma coisa para apreciação, ou porque se pede emprestado o resplendor para um museu da Metrópole. Ainda ontem no Pico, José Guilherme Reis Leite disse que a Região tem falta de meios financeiros que assegurem a autonomia da Região. Então se a Região não possui meios financeiros para uma autonomia efectiva, como poderá ambicionar a independência?
A Euroatlantic tem novo administrador, com um curriculum académico imaculado, e com um tirocínio na SATA exemplar.
Vivemos tempos em que as pessoas já não tem vergonha de nada e as restantes acham tudo normal.
Um dos problemas das terras pequenas é que toda a gente se conhece e toda a gente está por uma ou outra razão, relacionada entre si. Daí o silêncio absoluto do Governo Regional sobre a SATA e os piados mansinhos dos partidos da oposição. Lamentável! E os Açorianos o que dizem?!
Termino com perguntas - quem foi o iluminado que se lembrou de colocar o subalterno a mandar no anterior chefe? Qual o objetivo? A SATA já tem o valor apetecido de saldo para a privatização?





26/05/2014

A contagem foi rápida mais uma vez.


Nas últimas eleições regionais, disseram-me que determinado deputado eleito nem na sua freguesia ganhou.
Desde esse dia que fiquei com esse critério na cabeça e que seria um bom indicador para avaliação (mesmo que todos digam que "santos da casa..."), pois bem aqui fica a constatação:
- Francisco Assis, Paulo Rangel, Marisa Matias, João Ferreira, Nuno Melo, Marinho e Pinto, Sofia Ribeiro e Ricardo Serrão Santos não ganharam nas freguesias/concelhos de onde são naturais.

Boa viagem para os eleitos, ide sem medo que o atentado foi algo pontual.

24/05/2014

Mais um momento de reflexão

Ontem fui ao Teatro Ribeiragrandense assistir ao debate organizado pelo Núcleo de Estudantes de Estudos Europeus e Política Internacional da Universidade dos Açores, com os candidatos açorianos às eleições de amanhã. Fui, não por ter dúvidas, mas porque queria comprovar certezas.
O debate moderado pelo jornalista Rui Goulart da RTP-A, teve como candidatos presentes a Dra. Sofia Ribeiro pela "Aliança Portugal" - PSD/CDS; o Jornalista Manuel Moniz pelo MPT; o Dr. Paulo Casaca pelo PDA; o Prof. Dr. Ricardo Serrão Santos pelo PS e a Dra. Lúcia Arruda pelo BE. A Prof. Dra. Cátia Benedetti pela CDU, não esteve presente por motivos de agenda política, mas apresentou-se em video, o qual já não tive oportunidade de assistir.
O pequeno auditório estava praticamente cheio, de estudantes que irão votar (talvez) pela primeira vez e da respectiva "entourage" política de cada partido. De resto o costume neste tipo de coisas, muito tique politico - ver quem está, cumprimentar mais efusivamente ou com um leve acenar de cabeça, muito smartphone com mensagens recebidas oportunamente, muita fotografia, a habitual entrada triunfal do Dr. Mota Amaral desta vez sem o seu sorriso "de mórmon" e por fim muito protocolo bacoco nos discursos iniciais do evento.
O debate começou pelo visionamento da peça jornalística apresentada recentemente no programa Sexta às 9, na RTP. Este programa intitula-se de jornalismo de investigação e tem como apresentadora a jornalista Sandra Felgueiras que nos deu a conhecer o facto do Parlamento Europeu gastar 200 milhões de euros anuais, apenas e só para garantir que haja uma reunião em Estrasburgo durante 4 dias em cada mês. Eu próprio fiquei indignado com os factos apresentados, mas a indignação atenuou de imediato quando dei por mim a pensar na Dra. Fátima Felgueiras, no seu saco azul e na sua fuga para a cidade maravilhosa. O jornalismo de investigação caiu por terra de imediato.
Ontem os candidatos tiveram que opinar sobre esta temática do "double-seat " durante 3 minutos. Todos eles se mostraram contra estes gastos e acrescentaram a componente ecológica, sempre muito apreciada nos dias que correm. Sofia Ribeiro começou por saudar o Dr. Mota Amaral o que provocou em mim uma náusea, a qual tive que controlar para não materializar em jorrante vómito; Manuel Moniz teve uma resposta muito interessante ao comparar este valor ao orçamento global do PE; Paulo Casaca com o traquejo de quem já por lá andou, tocou na essência do problema, mas presumo que os jovens assistentes não tenham percebido; Ricardo Serrão Santos, qual cientista embrenhou-se numa masturbação de palavras que nem mesmo ele talvez tenha percebido o que disse, e Lúcia Arruda... Lúcia Arruda, colocou a cassete e debitou o discurso escrito... lendo-o.
Perante tantos jovens o que ninguém explicou é que esses gastos têm a mesma justificação, que termos nos Açores o Parlamento Regional no Faial e Secretarias Regionais em S. Miguel, Terceira e Horta... é irónico ouvir tantos e ilustres candidatos a falar dos gastos europeus e recusarem-se a comparar com o que ganha um deputado regional em função do que faz e o número de vezes que reúne em plenário; comparar as viagens que membros do governo são obrigados a fazer no arquipélago por imposições mínimas de representatividade, comparar com possíveis duplicações de secretárias, motoristas... são uns despesistas esses europeus. O moderador ainda falou no poder tricéfalo da Universidade, mas os corajosos não quiseram ir por aí.
Quando no alinhamento do evento passou-se para o período de perguntas para os que assistiam, duas mãos se levantaram de imediato. Uma personagem "sui generis" lá para as bandas do Porto Formoso que incomodado não conseguia ouvir o candidato do PS, pelo baixo tom de voz e estar sempre virado para o moderador e a Dra. Zuraida Soares que na sua vez de colocar a tal pergunta, distraidamente, esteve 10 minutos em campanha, valha-nos que tem o discurso decorado. O moderador, nada moderou e teve que ser Manuel Moniz a fazer o reparo.
Na assistência o escárnio e postura displicente reinava em alguns deputados regionais, talvez convictos de estarem ainda em plenário, dos quais destaco mais uma vez a grande democrata Zuraida Soares e o não menos famoso filho do ex-actual-futuro imperador dos Açores.
Os alunos levantaram-se em banda, Manuel Moniz com aquela postura característica de quem está sempre a beber uma Melo Abreu, independentemente do local mais ou menos institucional, ainda esboçou um comentário que o debate era importante para eles, os alunos responderam que tinham a camioneta para apanhar. Por breves momentos tive que me conter, mas passados uns minutos fui-me embora com a certeza de não ter dúvidas. Vou votar em branco!
Concluindo:
- Se os políticos se julgam desrespeitados e pouco reconhecidos a culpa é única e exclusivamente deles, porque não se fazem respeitar e reconhecer, com posturas de reduzido ou nenhum sentido institucional e por vezes de estado.
- O moderador estava mais preocupado em demonstrar os seus conhecimentos e brilhar perante tão eloquente e prestigiosa assistência, que se esqueceu para o que ia.
- Se o PSD e o PS tivessem que ganhar eleições com Sofia Ribeiro e Ricardo Serrão Santos, estariam muito mal servidos. A primeira não aquece nem arrefece (talvez ainda esteja inebriada com a certeza dos próximos 5 anos) e o segundo porque não tem pejo em afirmar em público que tem aprendido muito com o que tem estudado nos últimos dias acerca do Parlamento Europeu.
- Manuel Moniz... é... é... Manuel Moniz, Director de um Jornal de renome na Região e eterno candidato a tudo o que sejam eleições; Paulo Casaca, um verdadeiro bonacheirão em que todos nos revemos como uma boa companhia para ir beber uma Melo Abreu e Lúcia Arruda... Lúcia Arruda lê textos num debate.
Parabéns à Dra. Sofia Ribeiro e ao Prof. Dr. Ricardo Serrão Santos pela eleição. Os restantes açorianos ficam, por cá cheios de inveja, de não poderem estar no centro da Europa, vivendo num nível de vida mais caro, bebendo cervejas intragáveis, deslocarem-se 4 dias em cada mês para Estrasburgo, lerem quilos e quilos de papel impresso... valha-lhes o regresso a casa, todo o fim de semana! Minha santa terrinha!






15/05/2014

Os PIR... ou que futuro para o Turismo nos Açores.

Errar uma vez é distracção
Errar duas vezes é ser displicente
Errar três vezes é premeditado

O Governo Regional dos Açores autorizou a construção de um Hotel de 5 estrelas em S. Miguel. Aonde? Nos Fenais da Luz. Aonde? Na Canada da Terça. Um Hotel de 5 estrelas (250 camas) na Canada da Terça, freguesia de Fenais da Luz, concelho de Ponta Delgada, ilha de S. Miguel. Perfeito, estou esclarecido!
Conjuntamente com esta aprovação, que certamente envolverá financiamentos, foram reconhecidos como PIR, entre outros, "O empreendimento Turístico Santa Bárbara Beach & Camp, Mountain Villas, na Ribeira Grande, que prevê um empreendimento turístico de 4 estrelas, restaurante e equipamentos de lazer, com acesso directo à Praia de Santa Bárbara".
Além destes e dos que se encontram em construção, existem também outros em forma de rumores.
O Governo tem esta particularidade de dar dinheiro para que alguns se divirtam a discutir o futuro do turismo nos Açores e depois faz o que bem lhe dá na gana, mas para isso é que são eleitos, não é? Para decidir!
Eu penso que o ponto de partida para a autorização destes projectos todos assenta num erro crasso. Aprovam e financiam os projectos para salvar a construção civil na Região e não por uma estratégia visível para o sector do turismo ou da saúde, ou seja lá do que for. Façamos o levantamento de quem está ou irá construir estes equipamentos e depois tiremos as nossas conclusões.

02/05/2014

Terei eu uma costela de politico por não conseguir cumprir com a minha promessa?

Diz a primeira página do Correio dos Açores que o presidente do Grupo SATA o jovem e promissor Prof. Dr. Gomes de Menezes, apresentou a sua demissão ao Secretário Regional que o tutela. Já sei que tinha dito que não falaria mais da SATA, mas certamente compreenderão que este seja o motivo para falar de algo mais importante que é a implosão do Governo Regional dos Açores. Passo a explicar.
Está a acontecer ao Dr. Vasco Cordeiro, relembre-se o escolhido de César o Grande, o mesmo que aconteceu no último governo do Sr. que não sabe comer bolo rei e o mesmo que aconteceu àquele bonacheirão que foi nosso primeiro ministro - o Eng. Guterres - que é a perda do controlo da realidade,  a perda do controlo sobre os seus subalternos, é o que dá ter uma máquina incomensurável e receber um governo dinástico e um partido numa bandeja. Este é um facto visível por todos e não apenas nos "mentideros" políticos. E o que faz o Dr. Duarte Freitas, escolhe uma deputada para o parlamento europeu que já tem assegurada a sua eleição (Berta líder do partido escolhe Patrão Neves, que impede a continuidade de Duarte Freitas no centro da Europa; Duarte Freitas líder do partido escolha não sei quem para impedir que Patrão Neves continue no Parlamento Europeu) e anda a passeá-la pelo Arquipélago.
Voltando à SATA, com a entrada do famoso Dr. Parreirão a presidência seria o limite, falta saber se a sua entrada teve esse objectivo e Gomes de Menezes sai pelos mesmo motivos de António Cansado (seria uma grande ironia) ou se existe uma jogada mais a longo prazo e teremos que estar atentos ao que aí vem... mas temos que estar muito bem atentos, é que existem pessoas que são muito boas nas missões que lhes incumbem.... por isso é que veio cá parar... do nada, pensaram muitos... eu não!
Para não me alongar o Presidente do Governo Regional dos Açores perdeu o controlo sobre os seus (os mais próximos e menos próximos) e serão os responsáveis pela sua queda em grande trambolhão. E o que faz o Dr. Duarte Freitas? não sei, não descortino uma estratégia... caramba se eu que sou eu apercebo-me disto, os profissionais da política andam a fazer o quê? Talvez a estratégia do líder da oposição seja queimar em lume brando o líder do governo dos Açores e assim, mais do mesmo direi eu. Quem ganhará alguma coisa até poderá ser o PSD-A, mas a ganhar umas eleições daqui a uns anos, prolongando a agonia do atual governo é o mesmo que herdar uma dívida ainda maior e com consequências nefastas para todos os que habitam os Açores. Basicamente foi o que Passos fez ao Sócrates, deixou-o queimar-se sozinho e o pais também. Velhas técnicas de guerrilha que nada têm a ver com os nossos dias. Por mim estou esclarecido a Região tem e terá sempre um atraso em relação ao território continental, no que diz respeito à retoma económica e estas jogadas de gente incompetente irão agravar as décadas e décadas vindouras.