08/04/2009

PARTE UM

Era uma tarde de inverno tipicamente açoreana, daquelas em que a nossa alma se liberta do corpo e nos deixa momentaneamente ocôs...
O silêncio sepulcral era uma excepção naquela sala de trabalho... esta, de configuração quadrângular, possuía 6 postos de trabalho em forma de L, equilibradamente dispostos ao longo do corredor central, que ligava as escadas à sala de reuniões
Lembrando o momento, acredito agora que o Mundo deixou de se mover...
... de trás do meu monitor surge um vulto e entra na sala de reuniões... revejo mentalmente o movimento daquela sombra e penso "Olha que giro... um anão!"
Alguém carregou no botão de "pausa" e o Mundo petrificou novamente
Não sei o que estava a fazer, nem o que os outros faziam... apenas sei que nos embrenhávamos em algo letárgico, naquela tarde deprimente...
Vindo do mesmo nada e sem que ninguém desse por ele, outro vulto interrompeu o meu pensamento, dirigindo-se também para a sala atrás de mim... "FODA-SE OUTRO ANÃO!!!"...
Num ápice... quatro corpos... ejectados dos seus bancos direccionaram os seus olhares para as escadas e imobilizados pela ânsia... esperaram, esperaram... mas o terceiro anão não apareceu!
O Mundo voltou ao seu movimento compassado e o silêncio foi quebrado por quatro estridentes gargalhadas...

1 comentário:

  1. Anónimo4/08/2009

    ...e mais uma gargalhada agora. Foi como se estivesse a ver a cena.
    M.

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