30/11/2010

lá diz o ditado - meu empregado, empregados tem...

Um dia a região acordou e descobriu que estava em crise e era necessário proceder a contenções na despesa pública e viraram-se... para... os... médicos... podiam virar-se para os advogados/juristas mas estes são preciosos na redacção de pareceres que tanto justificam algumas medidas... podiam ser os arquitectos, mas estes vestem as mesmas camisas rosas, justissimas ao corpo... podiam virar-se para os engenheiros mas estes estão inseridos no processo de modernização do arquipélago... ou os professores... ou os homens que recolhem o lixo... ou... não... elegeram os médicos como os responsáveis por esta despesa galupante. Diz-se em surdina que o Dr. Carlos César tem um odiozinho de estimação pelos médicos... não sei se é verdade e a ser porque razão será... eu acho BEM termos ódios de estimação, estimula-nos a verborreia... então é... porque os médicos ganham muito e não fazem nada... estão de prevenção e andam em alto mar em iates... perdão... estão a dormir em casa e ninguém os chama porque têm medo das suas respostas... são estes os argumentos utilizados para reformular as prevenções no hospital de Ponta Delgada. Isso mesmo o de PDL, porque os outros, Horta e Angra, ainda ninguém ouviu falar e por isso conclui-se que esteja tudo bem, ou será que o lobbie do grupo central instalado no poder, resolve o resto. O estranho disto tudo é que ainda não ouvi ninguém falar em valores pagos anualmente aos médicos pelas prevenções. Talvez porque o secretário regional da saúde não seja da área económica. Mas eu levanto algumas interrogações - quanto é que o hospital de pdl, gasta por ano no contrato com a empresa de limpeza? Quanto se gasta em prevenções e a sua relação com as várias especialidades? Quanto se gasta em horas extraordinárias e a sua relação com as respectivas especialidades? Quanto se gasta em exames médicos e a sua relação com as especialidades? Que valor foi contabilizado como gasto inútil em pedidos de exames médicos e a sua relação com as especialidades? Que valores são pagos nas requisições regulares de médicos que vêm cá culmatar as carências de alguns serviços. E fico por aqui... Parecem-me coisas perfeitamente banais e se eu fosse administrador do hospital, já teria esse estudo nas minhas mãos à bastante tempo para tomar medidas, mas como tenho curso superior não tenho as qualificações necessários para o administrar. Nos tempos de coimbra namorei com uma estudante de medicina e conheci muitos estudantes de medicina e posso-vos afirmar, na altura já o dizia, que não colocaria o meu santo corpo na mão de alguns deles enquanto futuros médicos e outros a grande maioria, era de olhos fechados... bons velhos tempos em que se cantava o fado nas escadas da sé velha... mas o mundo move-se numa rotação pausada e serena... quero com isso dizer, que existem bons e maus médicos, bons e maus políticos, e assim o é desde que aliem as suas personalidades às suas funções profissionais. Porque razão a administração gastou balúrdios num sistema de registo de entradas e saídas por impressão digital e ele ainda não está em funcionamento? Por causa do poder dos médicos? Chama-se a isso falta de tomates. Porque razão os médicos reformam-se, com o consentimento do hospital, isto é, porque afinal já não são precisos e depois fazem contratos individuais de trabalho com o mesmo hospital que disse que eles já não eram precisos? Existe alguma relação destas situações com os cartões do partido arrumados algures nas suas carteiras? Mas são tão cobardes os da administração que não se impõem, como os médicos que chamam os colegas de prevenção e face às respostas destes não escrevam logo no processo do doente. Como eu gosto de dizer, é tudo igual, a diferença é que nas câmaras são papeís que se tratam e nos hospitais vidas humanas... uma pequeníssima diferença... Oro ao senhor santo cristo dos milagres para que a mãe do senhor secretário não tenha um problema qualquer durante a noite e a especialidade que a senhora necessite tenha sido aquela que foi eliminada das prevenções. Mas depois penso, o senhor retira o telemóvel do bolso e em três minutos tem lá um médico qualquer de uma especialidade oposta e que em três tempos resolve tudo e com a vantagem de arranjar um quartito isolado para a senhora. Que deus nosso senhor a conserve de boa saúde, pois a avaliar pela cara de imberbe do seu filho, não há doença que lhe pegue. Mas o que eu gostava mesmo, mas é a minha costela de romântico a manifestar-se, era que os médicos só fizessem o horário semanal que está estipulado na lei e nas quais se inclui a respectiva urgência e que por outro lado ninguém aceitasse ser chefe e director de serviço do hospital. Mas são uns cobardes! Maldito romântismo. Assim continuam com a aura de serem exageradamente bem pagos, de estarem de folga no dia a seguir à urgência, não cumprirem horários, de estarem mais preocupados com a privada, de serem pouco humanos, arrogantes, pretensiosos, mal educados e encarados com os doentes. Vamos a ver quem ganha e quem perde, nesta guerra de cobardia. Enquanto isso as doenças de natureza psiquiátrica vão aumentado... reservem-me um lugarzinho e não precisa ser em quarto isolado, mas com uma condição nada de partilhar quartos de enfermaria com políticos... esqueçam... esses nunca são internados... são reeleitos!

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