10/07/2009

O Botão

A reunião estava marcada para as 15.00 horas, por isso ainda tinha uma boa meia hora sem nada para fazer. Pouco conhecia da cidade, estacionei o carro num silo-auto perto da torre de escritórios e deâmbulei pelas redondezas. A baixa da cidade, aquela hora do dia vivia um intenso frenesim, podera... era conhecida por ser a capital financeira... nunca vi tantos engravatados em toda a minha vida... por breves momentos olhei para mim projectado numa montra e as calças de ganga e a blusa preta, pareciam-me desajustadas, pela primeira vez na vida sentia-me mal com aquilo que vestia... minto... daquela vez que vesti um fato académico no 2º ano da faculdade, senti algo do género... como que as roupas adquirissem um movimento antagónico ao do corpo que revestem... olhei novamente para o relógio... passaram 7 minutos e 35 segundos... atravessei a rua e voltei para trás pelo outro passeio... entrei numa enorme livraria... procurei a secção de teatro e detive-me... percorri com o dedo livro a livro, prateleira a prateleira... e sempre que o faço irrito-me profundamente... os livros nunca estão com as lombadas na mesma direcção para não termos que rodar a cabeça livro sim, livro não... de imediato penso também nos que recebem o nosso dinheiro para depositar nos bancos... rodam as notas em movimentos automáticos, para que todas estejam com a face da personagem histórica no canto inferior direito... quando o fazem sinto algo dentro de mim que me impele a perguntar se em casa e na despensa também arrumam as latas de feijão e de atum da mesma maneira... passo-me com aquela perda de tempo... o meu pensamento é cortado por uma voz grave ao telemóvel... fala uma língua que desconheço... olho mais uma vez para o relógio e regresso à rua... identifico-me, revistam-me e subo no elevador até ao 22º andar... "Queira se sentar... toma alguma coisa... vou avisar que já chegou!"... esperei... olhei para o relógio... eram 15 horas e 20 minutos, levantei-me, carreguei no botão do elevador... a mulher disse algo, chegou mesmo a agarrar-me pelo cotovelo... a porta abriu-se e desci, olhei para o espelho do elevador e desabotoei mais um botão da camisa

2 comentários:

  1. a historia e parecida conheci, muito bem, um tipo, 23 anos, procurando emprego, numa altura dificil etinha uma cunha brutal. a secretária mandou-o esparar numa sala vip pelo director... o gajo esperou até se cansar. chamou a bela mulher que o mandara entrar na sala e disse "vou-me embora, desisto de um emprego que me faz esperar" admiração total, devia estar agradecido e ia-se embora. não sei o que é feito do director, mas o puto cresceu ficou com os cabelos brancos e ralos e continua sem usar gravata seja para o que for

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  2. Anónimo7/14/2009

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    Nadir

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