10/09/2009
A inveja é uma coisa muito feia...
Pertenço a uma geração diria demasiado amorfa... precede a geração que ficou conhecida por "rasca" e sucede à da revolução de abril... e por isso questiono se a uma geração presente, revindicativa e com ideais, surge uma em contra-ciclo, ausente, desinteressada e fútil. Se a esta realidade entroncarmos uma terra que beneficiou desalmadamente dos subsídios da Comunidade Europeia, temos uma mistura explosiva... senão vejamos... a rapaziada da minha geração aprendeu a conduzir com 15, 16 e 17 anos, guiavam os carros das empresas dos pais, tinham mesadas brutais, faziam jantares todas as 6ª feiras de marisco e paulatinamente foram deixando disciplinas para trás até que acabavam por deixar a escola de vez... com o 9º ano de escolaridade. Do grupo ao qual pertencia sómente dois é que se licenciaram e um deles graças à insistência dos pais (eu... e em boa hora, devo-lhes essa, mas não há forma de pagar!). Olho para trás e lembro-me das conversas que não podia ter, dos filmes que não queriam ver, dos livros que não se liam... enfim... dos brincos que não coloquei, dos cortes de cabelo que não fiz... lembro-me bem de um... era fabuloso.
Existem por aí umas almas que dizem que não se deve ter inveja... mas foda-se eu tenho e é bem grande... INVEJA daqueles cabrões que viveram o Woodstock, que viveram no final dos anos 60, que falaram com girafas, que atiraram pedras à GNR, que foram presos, que lutaram por algo em que acreditavam...
A minha geração não quiz saber do futuro, vivia o presente... não precisava... se o centro do Porto era muito cinzento... ala... compra-se outro apartamento na Foz
E já agora... HOJE ACREDITAMOS E LUTAMOS POR ALGO?
Enquanto pensam... passem ai as mortalhas!
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Priminho,
ResponderEliminarAinda dá tempo para você usar brincos, fazer todos os cortes fabulosos de cabelo (aproveita enquanto ainda tens) e falar com as girafas é fácil, vai a um zoólogico.
I love you,
Nadir
Meu caro, essa é uma visão romântica/revolucionária da realidade.Nos anos 60,as grandes causas de uma forma geral assentavam em raízes ideológicas de contra poder e contra o status estabelecido. Hoje, caíram as ideologias, instalou-se a burgueisa e os valores que ficaram mais os que de novo surgiram, disseminaram-se em milhares de bandeiras (sociais, ambientais,sexuais, culturais, raciais, etc.)e como se não bastasse, a vida egoísta a que os tempos modernos nos condena faz do simples VIVER, uma causa...Agarra a tua. abc
ResponderEliminarCarlos, para você....
ResponderEliminarIdeologia
Composição: Cazuza e Frejat
"Meu partido é um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos forão todos vendidos
Tão baratos que eu nem acredito. Ah! Eu nem acredito...
Que aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"...
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia eu quero uma pra viver
Ideologia eu quero uma pra viver
O meu prazer, agora é risco de vida
Meu sex and drugs, não tem nenhum rock'n'roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou, Saber quem eu sou...
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo...
Agora assiste a tudo por cima do muro,
Por cima do muro....
Meus heróis...."
Beijos,
Nadir
Sou eu ao vento e à chuva, descalço,
ResponderEliminarSentado na pedra da memória.
ainda vamos mudar esta merda, nem que seja só um sonho.
essa das ideologias morrerem é muito boa desculpa para argumento de "boa vida" pós moderno, não é? e o resto é preciso é croas para comprar a discografia dos beatles, calcinhas com uma merdinha atrás etc. e o resto a liberdade e tudo mais. sim acreditei que o mundo ia mudar e que a malta nunca ia crescer....ora bolas
ResponderEliminarPrimo,
ResponderEliminarO Cazuza morreu aos 32 anos de idade e quando ele compôs a música acima "IDEOLOGIA", já se encontrava doente. Como ele mesmo disse: "o meu prazer agora é risco de vida..." e infelizmente foi o que aconteceu.
Nós nunca devemos deixar de lutar pelos nossos desejos, nossos sonhos,..... e acima de tudo por nossa felicidade. Pois a vida é nossa e de mais ninguém.
Beijos,
Nadir