08/05/2009

Umas Obritas de Nada...

É certo e sabido que bastam 3 ou 4 dias de chuvas intensas e ventos fortes na Ilha de S. Miguel e um sem número de problemas serão automaticamente visíveis - estradas cheias de lama, pedras, ramos, galhos, árvores e lençóis de água que impossibiltam o trânsito automóvel e como as alternativas não são muitas, corremos o risco de ficar retidos durante um bom período de tempo
Reconheço que as coisas estão bem melhores, foram preconizadas acções simples e que atenuam as consequências, como por exemplo a limpeza dos vulgares "boeiros/sarjetas" e as linhas de água
Serve a presente crónica para relembrar a fatídica data de 31 de Outubro de 1997 em que um destes movimentos de terra, fez deslocar uma vertente de grandes dimensões que soterrou literalmente parte da freguesia da Ribeira Quente, na costa sul da ilha
Enterraram-se os 29 mortos, o intercâmbio de imagens permitiu o seu visionamento no resto da europa, tal como hoje vemos as cheias no norte do Brasil... ainda não estava por cá, mas presumo que o ambiente era intenso e de acusações mútuas, de quem não limpa e tem obrigação disso e de quem deposita os "monstros" nas ribeiras e descarrega entulho nos locais impróprios.. ficou a promessa de um acesso alternativo lá abaixo à Ribeira Quente... não sei quem fez tal promessa se o que se "pirou" para o Continente após décadas de governo, se já o actual presidente... pouco interessa... o que interessa é que a obra arrancou com alguns/muitos anos de atraso...
Li que já foram gastos perto de 900.000,00€, dos quais 600.000,00€ em mão de obra e o facto de não ter havia concurso, impacto ambiental e de pouca gente se ter apercebido do facto, não foi para mim relevante... dada a premência da obra, pensei deve haver alguma salvaguarda na lei que o permita... mas como sou paranóico e desconfiado, fiquei de pé atrás... então quando ouvi que não havia população residente... ALTO! O QUE É QUE SE PASSA AQUI... a Fajã do Calhau não fica na Ribeira Quente, apesar de ser o mesmo concelho... querem ver que houve uma falha de comunicação e o empreiteiro começou a obra no local errado?
Então, estes sujeitos acham que se pode fazer uma obra sem projectos e sem concurso, sem que sejam descobertos? Então, esta gente pensa que os outros são todos uma cambada de lorpas, que pelo facto da obra só ser visível de alto mar ou de avião, nunca seriam descobertos? E a rejeição de uma comissão de inquérito por parte do partido do governo na Assembleia Regional é sintomática... e ninguém sabe dizer quanto é que vai custar no final... pudera
Nem me vou dar ao trabalho de tentar descobrir quem é que tem casa de fim de semana, ou de férias na Fajã do Calhau... mas que, quem em nós manda disse que não havia população residente e que a obra "...bastante visível, mas não ameaça o ecosistema endémico de modo significativo..."
Bastante visível... bem é difícil fugir a esta terminologia (vejam as fotos)... mas gosto particularmente do raciocínio... não ameaça de modo significativo... isto é ameaça (até eu vejo isso, e a minha ocupação é tentar concretizar sonhos das pessoas)... só que é só um bocadinho de nada... só isto assim...
É o que dá mudar um Secretário Regional da pasta da Educação para o Ambiente... assim até eu podia ser Secretário Regional das Finanças...
Pesquisem nas imagens do Google por Fajã do Calhau e ARREPIEM-SE!!!
bastante visível, mas não ameaça o ecosistema endémico de modo significativo... HAHAHAHAHAHA

2 comentários:

  1. os politicos portugueses s~so católicos confessos e praticantes, não assinam nada sem terem um terço na mão

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  2. Anónimo5/12/2009

    Você tem certeza que não está falando do Rio de Janeiro?? No Brasil?
    Pois aqui também acontecem coisas semelhantes ... ipsis litteris!
    É ...
    Até blogo, Nadiwton

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