22/06/2014

O resplendor, a autonomia e a euroatlantic

Respeito todos aqueles que defendiam que o resplendor não podia sair do santuário. Tenho por norma não discutir futebol e religião com ninguém, porque são discussões inúteis, no entanto julgo que a ida deste objeto religioso para o museu em Lisboa, só trará benefícios para a Região. Primeiro, porque aonde vai ser exposto é um dos melhores museus da Europa e depois porque ao ser visto e divulgado para um público mais vasto e diferenciado, poderá incrementar o turismo religioso nos Açores. A grande lição deste confronto de posições, foi ter permitido que todos soubessem que o dito resplendor não tinha todas as joias e uma delas era mesmo falsa. E isto é que é preocupante! Subitamente todos se calaram, os que não queriam e os que queriam a viagem do resplendor. E temos razões para isso. É demasiado vergonhoso para ser verdade. Como não ouvi ninguém a exigir ao Senhor Bispo e todos os Irmãos que se pronunciem sobre o assunto, faço-o eu (já que os devotos e os amigos não têm a coragem de o fazer), Excelência, Irmãos, justifiquem-se o quanto antes. Aproveito e pergunto, mas isto não é um caso de Judiciária?
O recente 6 de Junho trouxe à ordem do dia a temática da independência dos Açores. Em Setembro deste ano faz 15 anos (já) que cá estou e nunca nestes anos todos senti ou convivi de perto com este tema. Ter assistido no passado dia 14 de Março à conferencia "25 anos de Portugal e Açores Europeus" deixou-me estarrecido com a presença na assistência de algumas pessoas que se identificaram como independentistas e que na fase de perguntas aos oradores debitaram um discurso truculento, contra o Terreiro do Paço, a capital, o Continente e a Europa. Nas comemorações deste último 6 de Junho ficou a mensagem que a independência do Arquipélago seria um dado adquirido dentro de 2 anos e que nunca como agora, teria tanta pertinência a abordagem deste assunto.
Eu não sei se o Parlamento Regional tem competência para permitir um referendo sobre este tema - se os Açores querem ou não ser um pais independente?! Por mim fazia-se já amanhã, mas como sou um PDM provavelmente não poderia manifestar a minha opinião. Julgo que os Açorianos têm que resolver este problema de vez, para não assistirmos a indignações teatrais porque o representante da república, nas competências que lhe estão atribuídas resolve enviar para o Tribunal Constitucional  alguma coisa para apreciação, ou porque se pede emprestado o resplendor para um museu da Metrópole. Ainda ontem no Pico, José Guilherme Reis Leite disse que a Região tem falta de meios financeiros que assegurem a autonomia da Região. Então se a Região não possui meios financeiros para uma autonomia efectiva, como poderá ambicionar a independência?
A Euroatlantic tem novo administrador, com um curriculum académico imaculado, e com um tirocínio na SATA exemplar.
Vivemos tempos em que as pessoas já não tem vergonha de nada e as restantes acham tudo normal.
Um dos problemas das terras pequenas é que toda a gente se conhece e toda a gente está por uma ou outra razão, relacionada entre si. Daí o silêncio absoluto do Governo Regional sobre a SATA e os piados mansinhos dos partidos da oposição. Lamentável! E os Açorianos o que dizem?!
Termino com perguntas - quem foi o iluminado que se lembrou de colocar o subalterno a mandar no anterior chefe? Qual o objetivo? A SATA já tem o valor apetecido de saldo para a privatização?