16/10/2010

Pela primeira vez neste blog...

... irei defender o Governo Regional dos Açores. O PSD Açores tornou público que o Governo gastou perto de 200.000,00€ numa discoteca em Lisboa para promover a Região junto de 700 convidados. O Governo através da Direcção Regional do Turismo, não veio desmentir, mas sim afirmar que essa quantia incluía também um sem número de produtos açorianos que foram levados para a capital. Pois é aqui que eu entro no processo e venho confirmar que na realidade é tudo verdade. Fui eu que tratei da operação logística e como bom português que sou tratei de arranjar maneira de poder estar presente na festa. A entrada para a discoteca era feita através de uma passadeira castanha de bosta de vaca daquela bem mole que encontramos nas nossas estradas, depois parávamos para tirar uma foto para a revista do Açoreano Oriental de domingo, passada essa zona eramos recebidos por uns quantos do rendimento de inserção todos bem ataviados - botas de cano todas sujas e um cabelinho bem pastoso - que nos serviam copos de vinho de cheiro e uns pedacinhos de bolo levêdo barrado com pasta de chouriço daquele bem picante. Grupos espontâneos formavam-se em redor de uma boa conversa sobre quem estava e quem era filho de quem... circulando pude constatar que havia um pouco de cada ilha representada, uma velhota do Corvo sentada numa pedra de basalto jurava que estava dentro dos Jerónimos... assim lhe disseram e assim se apresentava boquiaberta... uma criatura vestida com uma fato de mergulho, de onde só se podia discurtinar os olhos, representava a ilha vizinha... uma cabeça de touro saindo de uma parede remetia-nos para a Terceira personagem vestida de rôxo e verde alface com uma ar simpático, sorridente e festivo... nessa altura senti um cheiro familiar a gin tónico e reparei nos grafitis de uma parede e no mar do Faial... encostado a esta degustamos um "pexinho" grelhado acompanhado por um nectar proveniente do Basalto... e mesmo ao lado umas ameijôas fenomenais faziam com que provassemos mais um vinho agora branco. Para adoçar-nos o palato nada como uma queijada da Graciosa... simplesmente soberbas... no decorrer da noite foi ainda servido um magnífico cozido à portuguesa com o cheiro a enxofre libertado pelas máquinas de fumo da discoteca... por volta das 4 da matina já estava o pessoal bem animado com os Shots de licor de maracujá e era ver os convidados a dançar em cima das colunas... a quantidade de andarilhos nórdicos abandonados era um verdadeiro fenónemo. Tive a oportunidade de conversar e dar os parabéns ao CRIATIVO que gizou aquela festa, um garboso rapaz todo careca de peitorais bem definidos e visíveis na sua justa t-shirt cor de rosa... disse-lhe que ele tinha conseguido aquela dicotomia entre as imagens das íncriveis paisagens açorianas que passavam nos écrans gigantes e os cheiros característicos das pessoas e das comidas em harmonia com os trajes regionais... Brutal!!! Pena é não ter visto ninguém do Governo... a mim parece-me é que o Senhor Marinho está com um pouco de inveja de não ter estado presente e depois vem com aquela argumentação do despesismo... mas o Sr. Dr. sabe o que me custou apanhar aquelas bostas, conservá-las para as ter reluzentes para a festa? Escolher num casting entre repatriados e do rendimento, os melhores para andarem a servir segundo as melhores técnicas da Região? Saber se alguma velhota do Corvo vinha a Lisboa fazer algum tratamento de radioterapia nessa altura? E o quanto eu regatiei o preço do vinho de cheiro? E o peixe era mesmo açoriano e não como daquela vez que colocaram vacas do ribatejo a promover os Açores nos jardins de Lisboa? Mas o PSD-A imagina as técnicas necessárias para armazenar o verdadeiro cheiro das Furnas? Falar é fácil!!! Face às limitações orçamentais impostas pela Direcção Regional, e peço desculpa pela imodéstia, chego à conclusão que fiz um excelente trabalho... gostava de saber se o Sr. Dr. consegueria fazer o mesmo pelo preço de 4.379,56 € mais IVA à taxa legal em vigor... Despesismo é sua Tia... pá!!!

08/10/2010

Ouvi hoje...

...alguém do Banco de Portugal dizer que os Funcionários Públicos ganham muito para o que produzem. Não podia estar mais de acordo, na realidade isso acontece e já o digo à muitos anos, contudo a minha explicação para o facto é radicalmente diferente da do Banco de Portugal. Vejamos:- o funcionário público que não faz a ponta de um corno é porque ninguém lhe dá nada para fazer. Os que fazem alguma coisa são aqueles que estão inseridos no atendimento e que têm que tramitar os processos... todos os outros, não fazem mesmo nada, por isso é que passam o tempo "em serviço externo", a jogar poker na net, a ver pornografia, a reencaminhar mails lamechas e mais uma infinidade de ocupações desta natureza ou a tratar da sua vidinha profissional que a acumulação de funções lhe permite. Como os empreiteiros, os gabinete de arquitectura, as sociedades de advogados... e pensem em mais um rol de profissões são quem pagam as campanhas de políticos, ou dão apoio de variada a ordem, têm que ser recompensados com os tais ajustes directos, concursos viciados... esvaziando os técnicos e não técnicos das entidades públicas das suas competências: Por outro lado quem está dentro da Função Pública vê entrar gente do mais alto gabarito intelectual e competência técnica para lugares de nomeação directa e política, em que basicamente o que interessa é o chorudo salário ao fim do mês, a isenção de horário e fazer cumprir caprichos dos "presidentes"... Conheci um Desenhador em fase de pré-reforma que dizia que o seu vencimento poderia equiparar-se ao do Luís Figo, pois para aquilo que fazia era princepescamente pago... Vejam à quanto tempo as equipas multidisciplinares por exemplo das Câmara já não fazem urbanismo, projectos de equipamento, projectos de cariz social, estudos sociológicos... não o fazem porque para os vários presidentes e directores os seus técnicos não são compententes, possuem vicíos adquiridos ao longo dos anos (os mesmos anos em que eles se mantêm no poder, estranho) e que por isso legitima o recurso ao "outsourcing"... mas quando dá merda lá têm que recorrer aos "viciados" que até percebem uma coisas para resolver os problemas e quando estes não o fazem porque não é possível acabam por ir para a "prateleira"... mas não pensem que é tudo assim, conheço muita gente competente nos organismos públicos e que fazem um trabalho meritória, dentro de cada vez mais limitações... mas que andam desanimados, ANDAM!!!