22/07/2009

A bola de berlim

O que é isso de ser credível... usar fato e gravata e dizer as maiores barbaridades? Ter um ar distinto e falar mentira? Estar casado? Pertencer a uma família de renome? Ter filhos? Ter um carro segmento X? Ter um duplex? Ter um ar agitado de quem anda sempre muito ocupado? Ter uma postura altiva? Vestir as marcas Y e Z? Vivemos dias em que a mesma se estabelece por parâmetros meramente materiais. As pessoas querem que lhes digam uma grande aldrabice com ar sorridente do que falar verdade com ar sério e circunspecto... Enquanto crianças e adolescentes crescemos sem credibilidade porque somos novos demais e inconscientes... e quando chegamos a velhos, é porque estamos senis e desactualizados... no hiato, nem todos conseguem alcançá-la... Por vezes dou por mim a olhar para as crianças e tento vislumbrar que tipo de adultos poderão vir a ser, esqueçam a teoria do inato e do adquirido... é que isto de crescer é um aborrecimento, deixamos de dizer "o meu amigo" e passamos a dizer "o meu amigo", "o meu colega" e aí está tudo perdido... Mas isto é muito português... em Espanha tratam-se todos por TU... noutros países DR e mesmo só quem é médico... no centro da europa temos Prof. Drs. de mochila às costas, bicicleta e rabo de cavalo... Que saudades que eu tenho de gritar "ÓH... DR..." numa extremidade da Ferreira Borges e aquela multidao olhar toda para trás...

13/07/2009

Os Corninhos...

O português é uma criatura engraçada... senão mesmo estranha...agora anda empertigado com a história dos corninhos... um deputado, por sinal líder parlamentar pode mandar outro deputado p´ró caralho, mas um ministro não pode ameaçar um deputado e a seguir fazer-lhe uns cornos, num gesto bem pessoal... eu não faria daquela forma, nem sei mesmo se faria uns cornos, conhecendo-me como conheço, era mais do tipo... esqueçam... anda tudo histérico com a possibilidade de perder o "poder" parecem autênticos toxicodependentes... É que ninguém reparou na forma como o nosso licenciado em engenharia gozou com o Louça... conclusão - temos uma "bitola" de comportamentos, mandar um gaijo p´ró caralho na A.R. não é ofensivo, mas fazer uns corninhos à lisboeta, dá indignação e demissão... por quem sois!!! Prefiro o primeiro, é mais do povo... P´RÓ CARALHO!!! E a falsa indignação mexe comigo... então vocês pensam que essa gente de fatos de corte europeu e dicção afectada, entre amigos, não falam umas brejeirices e coçam os tomates... depois admiram-se com os conteúdos das escutas telefónicas (caso Casa Pia - Ferro Rodrigues)... Ou que a Michelle Pfeiffer quando vai defecar não deixa um odor nauseabundo no ar... está tudo doido, ou quê?! Mas que o gesto dos corninhos é muito "panisgas", lá isso é... então o homem irrita-se... passa-se da cabeça e faz um gesto daqueles... parecia um puto reguila... venha outro por favor... cá por mim prefiro o Sarkozy que anda sempre a olhar para todos os rabos e decotes das mulheres e quando é preciso, enfia um sopapo num gaijo... com este já sabemos com o que contar... não esconde o carácter... à bientôt!!!

10/07/2009

O Botão

A reunião estava marcada para as 15.00 horas, por isso ainda tinha uma boa meia hora sem nada para fazer. Pouco conhecia da cidade, estacionei o carro num silo-auto perto da torre de escritórios e deâmbulei pelas redondezas. A baixa da cidade, aquela hora do dia vivia um intenso frenesim, podera... era conhecida por ser a capital financeira... nunca vi tantos engravatados em toda a minha vida... por breves momentos olhei para mim projectado numa montra e as calças de ganga e a blusa preta, pareciam-me desajustadas, pela primeira vez na vida sentia-me mal com aquilo que vestia... minto... daquela vez que vesti um fato académico no 2º ano da faculdade, senti algo do género... como que as roupas adquirissem um movimento antagónico ao do corpo que revestem... olhei novamente para o relógio... passaram 7 minutos e 35 segundos... atravessei a rua e voltei para trás pelo outro passeio... entrei numa enorme livraria... procurei a secção de teatro e detive-me... percorri com o dedo livro a livro, prateleira a prateleira... e sempre que o faço irrito-me profundamente... os livros nunca estão com as lombadas na mesma direcção para não termos que rodar a cabeça livro sim, livro não... de imediato penso também nos que recebem o nosso dinheiro para depositar nos bancos... rodam as notas em movimentos automáticos, para que todas estejam com a face da personagem histórica no canto inferior direito... quando o fazem sinto algo dentro de mim que me impele a perguntar se em casa e na despensa também arrumam as latas de feijão e de atum da mesma maneira... passo-me com aquela perda de tempo... o meu pensamento é cortado por uma voz grave ao telemóvel... fala uma língua que desconheço... olho mais uma vez para o relógio e regresso à rua... identifico-me, revistam-me e subo no elevador até ao 22º andar... "Queira se sentar... toma alguma coisa... vou avisar que já chegou!"... esperei... olhei para o relógio... eram 15 horas e 20 minutos, levantei-me, carreguei no botão do elevador... a mulher disse algo, chegou mesmo a agarrar-me pelo cotovelo... a porta abriu-se e desci, olhei para o espelho do elevador e desabotoei mais um botão da camisa

06/07/2009

Comunicado

Informo os demais que está a uso o último lote de marmelada de 2008/2009